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domingo, 1 de dezembro de 2013

AS LUZES DE SETEMBRO, de Carlos Ruiz Zafón

Não importa se os primeiros livros de Zafón, agora reeditados, eram considerados como literatura infanto juvenil. As histórias são tão lindas, e a narrativa tão envolvente, que acabo comprando e lendo como quem se dá um presente.

Desde que li A SOMBRA DO VENTO e comecei a acompanhar a republicação de suas histórias que o encantamento é o mesmo. A última leitura, foi AS LUZES DE SETEMBRO (leio em português, na tradução de Eliana Aguiar, edição de 2013 da Editora Summa de Letras).

Desta vez, Zafón aborda o universo dos autômatos, aqueles bonecos famosos no século XVII ou XVIII, que se movimentam por mecanismos tão precisos quanto os de um relógio suíço. E convenhamos: quem já não olhou um destes bonecos, e além da ilusão de que seja dotado de vida, também não acrescentou um mini roteiro de filme de terror, com o boneco ganhando vida e saindo para assustar todo mundo?

AS LUZES DE SETEMBRO são uma visão poética do que, de outra forma, é um filme de terror. Uma família assombrada por uma promessa que mais parece uma maldição, e um espírito maléfico que toma vida através dos autômatos que Lazarus constrói com tanta maestria. Um passado de tragédias que se revela, aos poucos, em um roteiro de aventura.

A sensação de poesia vem da inocência das crianças que, contando a história enquanto lutam para sobreviver apesar do mal que paira como uma sombra na velha mansão, olham as tragédias na vida dos adultos que as cercam. E também neste romance adentramos a ambientes antigos e quase medievais, toda a trama envolta em referências da bela cultura antiga, obras de arte, arquiteturas que fazem sonhar, construções cercadas do silêncio dinâmico da natureza.

Uma leitura perfeita para respirar um pouco e se distanciar do caos da vida cotidiana.



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