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sábado, 10 de agosto de 2013

A MELHOR HISTÓRIA ESTÁ POR VIR de Maria Dueñas

Ler Maria Dueñas é sempre um prazer! (leio em português, na tradução de Sandra Martha Dolinsky, 1ª reimpressão da Editora Planeta de 2012).

De certa forma, a leitora de A MELHOR HISTÓRIA ESTÁ POR VIR, lembra um pouco o texto de  LIVRE, A JORNADA DE UMA MULHER EM BUSCA DO RECOMEÇO, de Cheryl Strayed.

Ambos falam da história de uma mulher que, em determinado momento, deixa tudo para trás e parte (ou melhor seria dizer, "foge") para uma aventura que não tenha referência com qualquer coisa de seu passado. Mas isso, claro, respeitadas as diferenças. Enquanto "Livre" traz uma história real, "A Melhor História" é ficcional. E ainda: "Livre" é a história de uma jovem de 22 anos que pela morte ou pela distância, perde sua família. Mas "A Melhor História" é sobre uma mulher, recém divorciada e com filhos adultos e independentes, que não suporta mais a vida que havia criado para ela mesma.


Você, leitor, já passou por essa situação, de questionar se fez mesmo as melhores escolhas, ou mesmo tendo certeza delas, da insatisfação com o resultado obtido?
Se a responsa for positiva, leia A Melhor História.

Fique tranquilo, nenhuma tragédia, a personagem PENSA antes de fechar a porta de casa e deixar o passado para trás. Usa as condições que tem, como professora universitária capacitada, para conseguir uma bolsa em uma instituição distante, e mergulhar nos arquivos desordenados de um falecido e importante professor universitário, para resgatar a memória de alguém em outro país e em outra realidade. Uma mudança de rumo que, por óbvio, não poderia ter outro resultado senão... mudar de rumo.

Esse é o meu prazer pessoal de ler Maria Dueñas.
Leio, quando preciso de uma fantasia que não seja tão "fantasiosa" assim, só o suficiente para olhar minha própria vida com todas as suas opções. As personagens de Dueñas são impressionantemente verossímeis. Poderia conversar com qualquer uma delas, ali na cozinha de casa. E o texto, é um deleite. Dueñas revela aos poucos. Os segredos mais interessantes, como diz a capa do livro, estão ali adiante, misturados com um serviço aparentemente chato, até burocrático. Basta olhar, basta ver a pontinha do papel tão especial, pulando adiante de todo o papel envelhecido e esquecido. Basta olhar para o lado, olhar em volta... olhar em frente.


É uma história muito contemporânea: fala do nosso amor ao passado, e de entender nossa história recente como ela realmente aconteceu, vivida por seres que eram falíveis como nós, e idealistas como talvez jamais seremos. Dos encontros e dos desencontros amorosos, e de como o amor pode não sobreviver aos papéis sociais, ao mesmo tempo em que sobrevive aos fatos.




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