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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Histórias de Fantasmas

Eis o livro que me inspirou a fase atual: HISTÓRIAS DE FANTASMAS (Ed Suma das Letras, organização Richard Dalby, tradução Cristina Cupertino), uma coletânea de contos de terror de 25 autoras inglesas.
Há muito... MUITO tempo, que eu não lia contos. De forma geral, não é minha opção literária preferida. Quase prefiro um romance ruim, a ler contos. Mas abri uma exceção: estava à procura de uma opção para escrever, mais curta, que pudesse conciliar com imagem, e que pudesse apresentar para contadores de histórias. Vou trabalhar com isso na pós graduação em que me inscrevi (arteterapia), mas não conheço esse universo, que vejo crescer longe de mim.
A grande curiosidade que levo comigo, para o ano que inicia, é que tipo de literatura é contada por esse imenso voluntuariado, e se existe espaço para novos autores. Mas penso: mesmo que exista, terão que ser textos mais curtos, não é? Não serve, para esse tipo de leitura terceirizada, mais de duzentas páginas que precisam ser lidas de forma corrente.
Era esse o meu pensamento, quando encontrei esse lançamento nas prateleiras. Dizia a orelha, que as autoras, além do "terror", também tinham uma influência feminista. Verdade seja dita, li o livro inteiro e ainda estou procurando a influência feminista. Mas também não fui analisar autora por autora dentro de sua época. Possível que esse feminismo, seja como as teorias de Sartre: foram absorvidos pela sociedade, como uma "verdade óbvia" com tamanha rapidez, que precisamos de uma perspectiva histórica para reconhecê-los como uma idéia revolucionária em seu tempo. Como chamam a isso, mesmo? Presentismo? Acho que é isso.
Fiz bem em abrir a exceção.
O livro é delicioso. E foi a inspiração que eu precisava, para encontrar direcionamento e retomar um projeto antigo, de escrever fantasia sobre uma casa abandonada próxima aqui de casa e que, dizem as más linguas, é assombrada. Em pleno Carnaval, enquanto o país dança samba e se diverte na folia, e o resto do mundo ouve pasmo a notícia da renúncia do Papa Bento, eu pinto cenas e fantasmas sobre as fotografias do registro de três anos atrás, pesquiso material sobre a história da minha cidade, e invento minhas próprias histórias de fantasmas, tentando criar contos que, reunidos, formem um romance que possa ser lido à prestação.
Porque HÍSTÓRIAS DE FANTASMAS tem essa capacidade de inspiração. São histórias muito bem escritas, algumas com aprofundamento psicológico, outras surpreendentemente interessantes apesar de não resvalar para além de um episódio que o próprio personagem considera discutível. No conto NÃO CONTE PARA CISSIE (Célia Fremlin), consegui me colocar no lugar das personagens, fui surpreendida com um final inesperado, e passei dias sem conseguir esquecer a história. A HISTÓRIA DA VELHA BABÁ (Elizabeth Gaskell) é uma viagem no tempo, narrativa cativante como um bom filme. O MOTORISTA (Rosemary Pardoe) apresentou uma idéia surpreendente: um fantasma amigável, cuja presença é desejável. E a história de QUEM ANDOU SE SENTANDO NO MEU CARRO? (Antonia Fraser) lembra, um pouco, o ambiente trágico e fatalista de alguns livros de Stephen King.










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